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Galeria Módulo - Leitura(s)
MÓDULO – CENTRO DIFUSOR DE ARTE
CALÇADA DOS MESTRES, 34 A – 1070-178 LISBOA
TEL: 351.21.388 55 70 e-mail: modulo@netcabo.pt
Inauguração: 21.05.11, das 18h – 20h
Horário: terça a sábado, excepto feriados, das 15h às 20 horas, até 21/06/11
PRESS RELEASE
Tito Mouraz, apresenta, agora em Lisboa no Módulo, o portofólio, Leitura(s), depois de uma primeira apresentação nos Encontros da Imagem 2010 em Braga, em Setembro passado. Em novembro por ocasião da Arte Lisboa, este fotógrafo foi um dos destaques da escolha do Módulo.
Existe desde sempre, uma quase inata obsessão pelo espaço e pelo seu domínio através das mais variadas formas e maneiras. Este domínio vai, muitas vezes, além das expectativas pretendidas, tal como, do auto-controlo que poderíamos ou deveríamos ter sobre algo ao qual chamamos de “lugar”, onde as coisas acontecem, crescem e florescem, uma vez que o espaço é, em toda a sua definição, mais genuíno, original e infinito.
Quando pensamos em espaço a nossa memória remete-nos, imediatamente, para um determinado “lugar”, onde este pode ou não evocar boas recordações, situações passadas, ou, até mesmo, situações que poderão estar prestes a acontecer.
É nestes espaços que os mais diversos “objectos” emergem ou estancam, criando uma espécie de simbiose entre estes dois fenómenos. São estes “objectos” que muitas vezes, criam e têm o dom de dar vida aos espaços através de uma força quase divina que se sobrepõe a qualquer outra coisa. Claro está, esta tendência tem dois lados, por um lado temos o preenchimento do espaço através de um “objecto” que ocupa o seu lugar, transformando assim aquilo que seria a original paisagem (digamos assim), e, por outro, temos o preenchimento desse mesmo espaço pelas aberrações que o tempo resolveu abandonar e deixá-las à deriva. Apesar destes preenchimentos poderem ser considerados ambíguos, é necessário ter em conta que a beleza das coisas está na sua essência, e que, muitas vezes, uma velha furgoneta em estado de putrefacção no meio duma ravina pode ter a sua beleza, apesar de nem toda a gente concordar com isto.
Assim são estas as questões do projecto apresentado, a inserção de “objectos”, perfeitamente banais e do comum quotidiano num espaço, que apesar de ser de todos, ganhou lugar cativo na alma desse “objecto” representado, como se, e de forma muito natural, abraçasse e criasse desde já um laço quase indissociável com a própria paisagem. Será isto verdadeiro? Ou será isto a mais pura das falsidades? Não encontro resposta para esta questão. O mais provável é a existência de uma aliança que permita uma harmonia entre as duas vertentes expostas.
Tal como pode ser verificado nas imagens aqui apresentadas, os espaços podem ser apenas constituídos pelo espaço em si mesmo, tentando desta forma, estabelecer uma relação entre esse mesmo espaço e a noção do próprio vazio envolvente, mesmo sabendo, ou, percepcionando que o vazio adquire uma característica quase aparente, porque pode, muitas vezes, não corresponder à dita realidade. Assim, são levantadas duas questões que consideramos fundamentais: a questão do espaço inserido, tanto no tempo, como no “lugar”; e a questão do espaço inserido e alterado com a presença de um “objecto” inanimado que é ou pertenceu a um quotidiano, mas que agora representa em toda a sua plenitude, a magnitude da presença que está, inserida nesse mesmo espaço.