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Um paraíso que é fatal
Open Space Office
Tito Mouraz revela desde a primeira indivudual, em 2009, enorme inteligência ao politizar a imagem fotográfica – mas sem manipulações, uma vez que opta pela fotografia analógica.
E vai mais longe nesta nova série, “Open Space Office”, maioritariamente de fotografias das pedreiras de Estremoz, Borba e Vila Viçosa.
Formalmente rigoroso, o trabalho de Mouraz lembra as fotografias de fábricas dos Becher – que mostravam infindáveis estruturas de produção que se “acompanham” umas às outras. Mas, em Mouraz, cada imagem trata um objecto solitário e uma espécie de “frio” pós-apocalipse: teleféricos “congelados”, uma barraca de praia isolada, etc.
O autor não produz a desolação: o espaço em volta é que está desvitalizado. Estas pedreiras são perturbadoras: espaços fechados terminam em riachos verdes e azuis – cujas águas são mortais.
A côr destes desfiladeiros de mármore é sanguinolenta, mas por vezes o lado paradisíaco espreita. Um paraíso fatal.
Vidal, Carlos, in "Sábado", ed. 471, 05/2013
Open Space Office
In the photographic series Open Space Office, by Tito Mouraz, the industrial landscapes - presented in abstract and fragmented images - are shown through a plastic acuity, reflected in his work by the use of light, colour, focus and clarity.
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In the EinaudiEncyclopaedia, for the entry “Ruína/Restauro”, Carlo Carena (quoting), states that landscape is nature seen through culture. After the immanent Romanticism – truth is an intrinsic part of art - as well as anti-Illuminist, obviously no landscape released itself from this “cultural nature”, in which both poles, nature and culture, configure a thought of their own and a knowledge form. Nature becomes inseparable from the human and, shall we say, archetypal, remote presence, having dissolved and geminated the human trace in the land, under the shape of carcasses of buildings and ruins - which in fact are as alive as shrubs and forests.
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The series presented here was shot in Portugal over a 3-year period and represents a transformed landscape that portrays the existence of Man as a constructive, reconstructive and contemplative being. The landscape appears completely and irreversibly transformed and it was this transformation that caught my eye and fueled my interest in conducting this project, basing it on this very landscape.
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